Manchete do JN (24/05/06):
“Academia de Coimbra aceita praxe violenta”
Ao lado: “Cerca de 30% dos universitários querem tradição obrigatória"
"Estudo revela que 80% dos 2819 alunos inquiridos são a favor da discriminação sexual”
No corpo da notícia, entre outras revelações surpreendentes:
“Quase um quinto dos inquiridos (18,4%) admite que não lê livros …”
81,6% lê livros?!?!?
Aí está! O resultado de tantos anos de pedagogia nas escolas básicas e secundárias de Portugal.
Resultou a preocupação e trabalheira das Áreas – Escolas, dos Clubes, dos DPSs, das aulas de Moral, mais tarde das Áreas Projectos, das Formações Cívicas e das aulas de EMRC. Umas NACs, ou “Nhacs”, como prefiro chamar, com a minha cara torcida como se tivesse a sofrer de uma cólica intestinal, que juntamente com as outras disciplinas de índole supostamente introspectivo e de construção de carácter, revolucionaram a Educação.
Pensando bem, nada disto nos admira. Era escusado a manchete. Bastou ver as entrevistas aos foliantes da Queima.
Cerbeijjjaaa!!! Eh! Eh! Eh! (com entoação tipo “Beavis and Butthead”)
Aliás, estou a imaginar as respostas no inquérito:
"Caloiros não são pessoas é malhar neles."
"Gajas? Só servem para uma coisa! Eh! Eh! Eh! "
Se estes já são assim, em que colegas meus do ensino superior já têm que interromper aulas por causa de atitudes inapropriadas deles, imaginem só daqui a uns anos com as NACs e companhia a darem os seus frutos mais suculentos.
O futuro é risonho!
Acrescento que não sou de todo inocente no que se refere às praxes, devido ao ambiente estudantil e à idade, mas sinceramente, a imbecilidade tem limites bastante notórios, e responder da forma como responderam muitos dos inquiridos é, de facto, preocupante. Quanto ao ler livros, enfim, … não serão os únicos académicos. E o resto da população em geral,já se sabe, uns morangos já os saciarão.
PS. Desculpem-me os mais sensíveis e os outros estudantes.