A dor é a manifestação primordial da vida. Tudo o que fazemos é para atenuar essa dor. A felicidade suprema seria a ausência total de dor. Eis uma tentativa de contribuição para minorar esse sentimento … Como naquela expressão inglesa: I have my moments, em resposta à pergunta, Are you happy?

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Sim ao Tratado Não ao Governo



Por motivos motivantes e de motivação profissional e familiar o Morffina tem estado arredado da linha cibernautica e decidiu fazer um esforço para sair dos seus afazeres para poder esclarecer o que lhe vai na alma no que se refere aos desenvolvimentos não referendários em relação ao Tratado de Lisboa.
Primeiro exultei com o término da redacção do Tratado que finalmente define uma espécie de União Europeia que era e que não era. Agora não é bem nem carne nem peixe mas pelo menos existe na ementa e pode-se comer. Pessoalmente, preferia o Tratado Constitucional.
Na sua essência, O Tratado de Lisboa é nobre e vai de encontro ao espírito do projecto da construção europeia. Pena seja que o Reino Unido (mais uma vez dentro da sua ranhosice) não tenha assinado a parte da Carta Fundamental dos Direitos Humanos.
É também de lamentar que o nosso Primeiro-ministro tenha feito borrada mais uma vez ao ter prometido que iria fazer um referendo ao Tratado Constitucional, alegando agora que este não é igual. Desculpa de mau pagador e de mau político.
Por um lado sinto um alívio pelo facto de o Tratado não ir a votos porque arriscava-se a ser um julgamento da política interna, do primeiro-ministro e da actuação do governo em geral, com muita gente a querer castigá-lo. Juntando-se os eurocépticos a este número o resultado poderia ser o mesmo que aconteceu em França e na Holanda nos lastimosos “referendos” que por lá se efectuaram descambando depois no tal efeito dominó pela Europa fora, o que seria desastroso e muito provavelmente irrecuperável.
Portanto, simpatizei com a iniciativa da moção de censura ao governo, do Bloco de Esquerda, mas acho que um referendo ao Tratado de Lisboa poderia ter um efeito perverso, pondo em causa a construção do projecto europeu.
Talvez o método inicial não seja o ideal mas espero que se construam as bases para que futuramente se aperfeiçoa, e que haja uma verdadeira Europa democrática, social e laica para contrabalançar com o conservadorismo bélico dos EUA e da crescente máquina económica selvática da China e de outros países asiáticos, para além de não falar da demência raivosa ideológica que está a surgir em muitos países devido à difusão virulenta da condescendência musculada dos americanos.
O mundo precisa de uma Europa estável e unida, forte economicamente e (porque não?) … militarmente (Ai! O que é que eu fui dizer?!?).

Um abraço ao pessoal que foi hoje a Lisboa para a vigília, para contestar a “política educacional” ridícula deste governo. Lamento não poder estar convosco.